sábado, 29 de novembro de 2014

Dia 755- Minas 2


Viajo pela mais pura necessidade de me encontrar e sair do enredo das muitas histórias que vejo, que ouço e que leio por aí.
Viajo pela motivação primeira de ir em busca de mim e depois do lugar.
Mas não qualquer lugar.
Não viajo por modismo, isso não.
Viajo por onde minha alma chama.
Viajo por lugares que só meu coração sabe.
Fui pra Minas.
Já disse aqui, que minha alma é mineira.
(Se não sabe e quiser entender, lê lá a postagem anterior)
Pisei pela primeira vez em São João Del Rey e Tiradentes e ninguém aqui irá entender a imensidão que senti dentro de mim. Coisas que só sinto quando chego ou parto de Brumado, minha terra primeira, na Bahia.
Não vou me demorar em detalhes.
Minas atendeu a todas as minhas expectativas.
Minas é riqueza e mineiro é sofisticação.
Do mais simples ao mais rico, o mineiro é com toda certeza o povo mais bem educado dessa nação.
Ah pois, não és Minas?
Pois provo: Nenhum outro povo sabe receber tão bem quanto um mineiro:
¨ Quer um dedin de café? Cabei de passar procê¨
Você não sai de uma casa e até de uma loja em Minas, antes de serem oferecidos um bom café e um biscoitinho ou pão de queijo, uai!
A arte de receber de Minas! O capricho em tudo que fazem...
Fica ofendido não, brasileiro de outro lugar qualquer. Poderá conformar- se se entender que quem vos fala tem raízes lá e tem a suposta pretensão e orgulho desse povo hospitaleiro. Perdoem- me cá a franqueza. E se achar mesmo ruim, veja lá os modos desses seres inigualáveis e vê se tú segues essas regras e terá cá minha devoção.
Pois bem, nesses quatro dias em Tiradentes, vi e vivi coisas e experiências muito novas e infinitamente belas:
-Um espetáculo de luz e som com narração belíssima de Paulo Goulart, explicando a história da construção da igreja de Santo Antônio, a ríquissima igreja de ouro mineira.
Concerto de órgão na mesma noite e dentro da mesma igreja.
Conheci a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, igreja construída às escondidas pelos escravos, de modo a poderem exercer seu cristianismo.
Visitei o moderníssimo museu de Sant'Ana
Visitei o moderníssimo e tecnológico Museu da Liturgia
Conheci o município de Bichinhos e seus ilustres artistas
Subi e desci ladeiras, entrando e saindo das inúmeras lojas de artesanato local.
E senti o mais emocionante dos encontros dentro de mim:
Meu sonho era conhecer o trem da Maria Fumaça (minha predileção por trens é desde a infância e esse relato por ser muito pessoal, vou ficar devendo) e quando cheguei na estação, antes mesmo daquele som emocionante apitar, eu já estava em lágrimas.
A garganta doía desde a minha chegada em Minas, mas o choro que tentei de tudo discreto, lágrimas grossas desciam minha face, que escondi debaixo de grossos óculos e mãos que escondem.
Nada vai se comparar a esse momento.
Entrar naquele trem, ver a paisagem verde com morros, matas e vacas, casas antigas, riachos, passar por cima de rios e ver toda aquela gente: Homens, mulheres, crianças, que parecem ainda não ter se acostumado a todo aquele ir e vir desse transporte mágico, páram para reverenciá- lo, aplaudir e bater palmas. FOI LINDO!
Entendo agora a canção que minha mãe tanto canta: ¨Quem te conhece, não te esquece jamais Ó Minas Gerais...¨
Paz e Luz!
 
 




 

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