Um
dia eu tive uma amiga, uma amiga que achei que era pra toda vida,
éramos vizinhas e crescemos juntas! Tínhamos muitas coisas em comum: Os
nossos pais (biológicos) haviam nos abandonado e as mães (biológicas)
eram muito complicadas! Isso nos angustiava. E essa dor nos unia,
consolávamos uma a outra nos momentos de tristeza.
Mas eu sempre busquei respostas na religião, na terapia, nos livros! E quando alcançamos a vida adulta, ela começou a perceber que as semelhanças que nos unia não existiam mais.
Pelo bem da verdade, devo dizer que eu estava em mais vantagem, tive
pais adotivos (minha amiga não, teve que conviver com a mãe em
desequilíbrio), tive muitos irmãos (ela, filha única), então, de certa
forma, é como se a vida tivesse me compensado.
Por todas as
condições que criei ao ir atrás das verdades que me confortassem, eu
tinha uma visão mais positiva da vida, ela não.
Eu tinha mais
bens materiais, não só porque comecei a trabalhar muito cedo (comecei a
dar aulas com 13 anos), mas porque havia muita gente (5 irmãos mais
velhos, o pai e a mãe) para dar o que eu quisesse. E isso passou a ser
realmente um incômodo. Muito embora, ela usufruía das minhas roupas,
meus perfumes, minha maquiagem e o que mais quisesse. Eu sempre dividi.
Mas um dia, esse mergulho na dor e o sentimento de vitimada pelo mundo
passou a ser uma constante e não havia discurso meu que calhasse e eu
passei a ser a bruxa má da história.
Espiritualmente falando, isso tem várias implicações, como a atração de espíritos malfazejos, mas nem entrarei nesse mérito.
A amizade acabou de vez e o que era para ser algo do tipo: Amigas para
sempre, não existirá mais, pois essa história acabou tendo implicações e
consequências desastrosas.
Conto tudo isso para dizer,
quantas vezes nos prendemos a história e o final que gostaríamos para
ela, do que aceitar a nova pessoa.
Quantas vezes pelo passado
bonito que teve, uma mulher ou um homem não quer desfazer o casamento; o
irmão ou irmã insiste na amizade entre si, mesmo quando um não quer; O
filho quer que a mãe ou o pai aceite ele como é; Uma mãe ou pai quer ser
amado pelo filho (a); Primos que não se dão de modo algum; Sogras e
noras sem jeito para confraternizar; Cunhados que se odeiam, sendo que
tudo seria mais fácil se todos se dessem bem no núcleo familiar; Amigos
de infância e/ ou adolescência que eram unidos, mas cada um teve
experiências diferentes e cada um tomou seu rumo e a amizade não é mais a
mesma...
Vejo tanto disso no consultório. Na minha própria história e na minha família.
Para ser feliz, só há um modo: ACEITAR.
E deixar o tempo curar.
É o tempo de crescermos: Nós e o outro; É o tempo das coisas perderem
importância; É o tempo da espiritualidade agir; É o tempo de não nos
ferirmos mais, não permitir que o outro nos fira e não termos a
consciência amarga de termos ferido alguém.
Dar um tempo ao tempo.
Aceitar o rumo da vida.
É nossa forma de proteção.
É também nossa caridade.
Reflitam...
Paz e Luz!
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