domingo, 3 de novembro de 2013

Dia 548- Vovó e eu

Alcina,

Cada vez mais, te vejo em mim.

Nos gestuais, na forma de sentar.

Na sua vaidade, de quem arruma- se mesmo estando em casa.

Encontrar prazer em cozinhar.

Em ver a casa impecável...

Inconscientemente te vejo em mim.

Na língua ácida.

Na sinceridade desmedida.

No elogio sincero.

De magoar sem querer.

No saber ponderar.

Do senso de justiça, mesmo se o erro for cometido pelos mais amados...

Cada vez mais te vejo em mim.

Na luta diária.

Na mulher que trabalha fora de casa.

No prazer em viajar, em descobrir lugares, conhecer paisagens e novos mundos.

No afeto em forma de comida.

No desejo sincero em ajudar o próximo.

Nas orações da manhã

Te vejo em minúncias.

Com todas as qualidades que admirei

Com todos os defeitos que repudiei.

Aceito com o passar do tempo, você em mim.

Te enxergo com mais compaixão

Te amo com todo carinho

Através de outras pessoas que também são reflexo de ti:

Te vejo no amor pela família e de mulher lutadora, vaidosa, em Iara e Mel; Na fala sincera e com doses de pimenta de Alan; No carinho com a casa de Amélia; Nos gestuais de Lilian; Vejo seu rosto em Aparecida Lôbo; Na personalidade das minhas mães: Ivone e Dalci, te vejo em sua linda descendência, minha senhora!

Alcina Meira Lôbo,
Hoje lamento, por não ter te aproveitado mais.

Agradeço todos os seus conselhos, guardo- os todos na memória, nos meus diários e trago- os para a minha vida.

Com reverências da sua neta,

Ana Alcina.

PS: Minha homenagem à ela e à vocês, queridos primos, porque hoje acordei saudosista.

Talvez por estar fazendo o laudo de uma avó, que tem muito da nossa e um pouquinho de cada um de vocês.

Paz e Luz!

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