Semaninha passada, preparei- me durante toda a manhã escutando o cd que mais gosto do Geraldo Azevedo, pois logo mais à noite eu iria para sua apresentação no BNDES, onde ele iria se apresentar com os filhos e o irmão e eu não queria fazer feio.
Fazer feio devem estar achando que era não ter as músicas na ponta da língua! Não, não é esse o meu problema. Fazer feio aqui é = não envergonhar meus companheiros de show, chorando copiosamente durante toda apresentação, pois sou dessas, que escuta uma música ou um cantor e chora de soluçar e com Geraldinho, vocês "ão" de me entender: É coisa fácil.
Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu, Elba, esses meninos do Grande Encontro faziam parte do repertório de apresentações em família no violão do meu fraterno que desencarnou em 2009. Era um bom músico e mais, ele interpretava para mim todas aquelas palavras que nos meus 18 ainda pareciam desconexas das letras de Zé Ramalho. Ele aturdido me falava: "Minha irmã, como você não sabe o que ele quer dizer em: Disparo balas de canhão/É inútil, pois existe/ Um grão-vizir/Há tantas violetas velhas/
Sem um colibri." E eu ficava olhando para ele, embevecida de saber que a letra tinha significado e que aquele gênio sabia (Eu era muito fã daquele danado do meu irmão e continuo muito fã do Zé, o Ramalho, embora que eu continue sem entender um monte de música).
Sem um colibri." E eu ficava olhando para ele, embevecida de saber que a letra tinha significado e que aquele gênio sabia (Eu era muito fã daquele danado do meu irmão e continuo muito fã do Zé, o Ramalho, embora que eu continue sem entender um monte de música).
Meu irmão gostava de me testar. Provocava. Pedia que eu explicasse um refrão. Se eu não soubesse ele explicava. Mas nessa época eu era arisca que só e ele mexia com meu ego ao que eu percebia que com 18 anos eu nada sabia, então passei a fugir dele e fiquei ora vejam, sem ter conhecimento do significado de todas aquelas canções sob o olhar sensível do meu irmão Humberto.
O Show foi lindo. Lindo e embaçado. Nada adiantou minha preparação. Chorei à beça. Segurei até onde pude, mas depois que ele passou daquelas que tiram nossos pés do chão e foi cantar "Canção da despedida", ele futucou a minha mais sensível ferida. Essa foi a última canção que meu irmão cantou para mim, já doente e para que eu não me revoltasse e entendesse:
"Já vou embora
mas sei que vou voltar
Amor não chora
Se eu volto é pra ficar
mas sei que vou voltar
Amor não chora
Se eu volto é pra ficar
Amor não chora
que a hora é de deixar
O amor de agora pra sempre ele ficar
que a hora é de deixar
O amor de agora pra sempre ele ficar
Eu quis ficar aqui mas não podia
O meu caminho a ti não conduzia
Um rei mal coroado não queria o amor em seu reinado
Pois sabia não ia ser amado
O meu caminho a ti não conduzia
Um rei mal coroado não queria o amor em seu reinado
Pois sabia não ia ser amado
Amor não chora eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado
Sem Maria
Quando eu me despedia
No meu canto lhe dizia"
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado
Sem Maria
Quando eu me despedia
No meu canto lhe dizia"
Essa letra, meu irmão, eu bem entendia, o que eu ainda quero entender é porque você precisou ir tão cedo, quando eu ainda e todos eles precisávamos tanto de você. Eu achava que tinha entendido, mas no show e todos os dias depois dele, que tentei me acostumar com a música, descobri que ainda não me acostumei de ter me separado de você.
"O amor de agora, pra sempre ele ficar"
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