sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Dia 812- Os sentidos da casa!

Vocês já imaginaram que cada espaço de uma residência tem significados psicológicos próprios?
O estudo é do arquiteto, urbanista e historiador da arte e sensível Glaucus Cianciardi e faz todo sentido para mim.
Ele diz que a sala está associada à interação, aos protocolos culturais (onde muitas vezes tomamos postura, alinhamos a coluna, elevamos o queixo, pensamos onde repousar as mãos, em nome da fineza que devemos demonstrar aos visitantes!), é na sala onde ocorre as trocas e também onde se dá as relações sociais. É a transição do interno e do externo. Entre o mundo que criamos para nós e o mundo lá fora.
A sala de jantar (hoje em dia cada vez menor e às vezes integrada à cozinha) carrega o aspecto formal da socialização entre a família e seus convidados, tem implícitos referenciais de organização e normas de etiqueta.
A cozinha é o útero da casa, é o afeto, a nutrição. É também o espaço das transformações profundas ("somos o que comemos"). O espaço da alquimia. tem sentido ser cada vez menos escondida e mais valorizada nos projetos atuais de arquitetura.
Os quartos são os lugares onde sonhamos, onde nos desdobramos e fazemos contato com o astral e onde a sexualidade pode ser expressa de forma mais livre. O quarto refere- se ao inconsciente, à subjetividade, ao corpo e ao prazer sensual.
O banheiro é o espaço do desnudamento, onde se tiram as roupas e se desfazem as máscaras sociais, tornando- nos mais vulneráveis, propiciando a imagem do verdadeiro eu, frágil, sem artifícios. Me apetecia ter um espelho bem grande no meu!
Colocar objetos que gosta, enfeitar cada canto, incensar a casa, colocar perfumes na luz do abajur (quando se está desligado e que ao acender inebriar os sentidos com o cheiro espalhado pela luz quente), borrifar alfazema no quarto, Passar pano com sal grosso, enxergar a casa com delicadeza, valorizando o teto como refúgio protetor faz um bem incalculável.
Na foto: Os únicos gatos que permitiria do lado de cá, quadro do artista Vilaró e estátua em madeira, que trouxe da Casa Pueblo, do Uruguai. Acho os felinos, animais lindíssimos, mas morro de medo deles!

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