terça-feira, 23 de julho de 2013

Dia 438- Carta para o Papa

Santidade,

Da próxima vez, não avise, chegue.
Venha de bermuda, ôculos de sol e com um chapéu bem grande.
Papa, avise só aos amigos mais íntimos.
E aproveite para descansar.
Estou com pena de ti, ter que ouvir esse discurso tão longo da nossa Presidente.
Mas, Papa, estou com pena mais de mim.
Hoje todos aqueles jovens dos mais diversos lugares lotaram um metrô que já é cheio e minha mochila estava bem pesada.
Eles gritam, Papa, gritam muito, gritaram tanto de manhã ¨Vamos a la playa, Ô Ô Ô Ô¨, que meu humor ficou ruim não por inveja de ter que ir trabalhar e passar por aquele aperto, foi porque eles só conheciam esse refrão.
Papa, não consigo andar na rua, o supermercado está lotado e a padaria também.
Por causa da sua visita, os filhos dessa Terra, inventaram de fazer manifestação na minha rua para tirar Sérgio Cabral e cantar uma música assim: ¨Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser¨. E também só tinham esse refrão.
Eu consegui chegar em casa a passos lentos depois de passar pelos jovens que te acompanham, pelos manifestantes e pelo número grandioso de policiais e cavalos que estão na rua.
Papa, as lojas e os restaurantes todos fecharam e não pude ir tomar minha sopinha.
Então, Papa, hoje peço que abençoe a alma caridosa do meu amigo Isac, que deixou de presente para mim, uma caixa de chocolate bis, que foi o meu bálsamo do dia.
Papa, seja bem vindo (mas da próxima vez, não precisa avisar pra tanta gente).

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