domingo, 21 de agosto de 2016

Meus 35 anos de vida na fazenda Santa Marina!

Cuidar do que come, do que sente, do que ouve, do que inala, do que vê. Os cinco alimentos em igual importância de que o corpo precisa. Por essa razão todos deveriam preocupar-se a encantar os sentidos de modo a purificar e renovar as células do corpo. Por essa razão viajo a cada três meses.
Sou uma turismóloga exigente (minha primeira formação), a agente de viagens dessa casa (sou eu que decido o caminho) e uma turista complexa: Não gosto de lugar onde todo mundo vai; Não gosto de lugares cheios; Viajo em busca do silêncio, quase solidão, permitindo apenas a companhia agradável do meu consorte que é caladíssimo (eu falo muito, mas em viagem dificilmente se escuta minha voz); Só viajo para lugares onde sou extremamente paparicada, pois se já não estarei em companhia amorosa dos meus pais e parentes a fazerem-me as vontades, só gasto meu dinheiro onde serei recebida não como se me fizessem um favor e não com a simpatia obrigatória...oh não, não...disse-lhes que eu era complexa! O lugar tem que ter montanha, tem que ter magia, poesia em tudo que se vê e tem que me receber com afeto espontâneo. E eu nunca, nunca erro na escolha do lugar. Hospedo-me apenas onde tem alma. 
Desejo esse lugar desde o ano passado. Estudo ele minunciosamente (eu disse estudo no seu significado mais verdadeiro), sei a história do lugar, da família e de tudo o mais que isso envolve.
A casa é do século XVIII, a história é ainda mais antiga. Da mesma família há 50 anos e só em 2002 abriram para visitação. Pouquíssimos hóspedes por vez. Os donos recebem como se fossem amigos à longa data. Estourando vinte pessoas (dei sorte, nos dois primeiros dias éramos seis, depois ficamos apenas eu e Beto), o que torna o lugar exclusivo, exatamente como eu gosto. Quando viajo, meus amigos, não quero ver gente porque eu aprecio ter longas, longas conversas com Deus.
Abri exceção a trocar mensagem apenas com uma amiga (e provo a ela, quanto ela tornou-se importante em minha vida, essencial) e li com dificuldade alguns textos maravilhosos e emocionantes de aniversários nas raras vezes que me aventurei a ficar com o celular no alto da minha cabeça para buscar conexão. Lerei um por um por todo o dia de hoje. Cheguei ao Rio. E deixei Minas como se tivesse deixado um braço lá, deixei com dor: O rio, o lago, a cachoeira, as montanhas, o verde, a tangerineiras, os Jequitibás, o cheiro do gado, os mugidos, o café passado na hora, as comidas que pareciam feitas por minha mãe, o doce de leite tão igual da minha mamizita que fez-me chorar. Minas Gerais é tudo para mim.
Paz e Luz!


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