domingo, 18 de novembro de 2012

Dia 253- Adriel

Há dois anos não dou aulas para matérias do primeiro e do segundo graus. Mas assim como uma professora aposentada não deixa de ser professora, esse ano completei dezoito anos de exercício da profissão.

Sinto saudade, principalmente de alguns alunos, do convívio.

Ensinei, mas aprendi muito também.

Prometi a eles que escreveria algumas das minhas melhores lembranças de modo a provar que não os esqueci e que os guardo aqui, no coração.

Tive um aluno, Adriel Rocha, que foi meu aluno por 3 anos seguidos, se não me engano, na época, eu tinha vinte anos, recém saída da adolescência, mas imatura ainda por demais. Adriel deu- me importante lição nessa época, que sigo muito à risca.

Era dia aborrecido, a aula estava marcada para às 14 horas e eu brigada com um namorado da época, estava de mau humor e indisposta para a tarefa, mas tinha que cumprir a obrigação e isso eu fazia.

Adriel era um menino, pré- adolescente e vendo- me ranzinza, pediu licença para ir até sua casa, que era no mesmo prédio, eu um pouco reticente, achando que ele queria enrolar- me para não estudar, permiti a saída contanto que ele fosse rápido. Eis que ele me volta com 3 chocolates, os únicos que tinha em casa, porque ele tinha ouvido falar que chocolate curava tpm, coisa lá que ele não sabia o que era, mas que era isso que eu devia ter.

Como não amar? Abriu mãos dos seus chocolates, para ver- me melhor e compreendi naquele momento, que meus problemas, não podiam ser problemas para os outros, lição que guardo até hoje.

Em outra ocasião, ele chegou em minha casa, momento em que eu e minha mãe rezávamos um terço em benefício de uma sobrinha que estava com leucemia, ele tão pequenino e tão sensível, retornou para casa depois que viu- nos em tal ocupação; pensei então que ele foi- se embora, pois reza de terço é tarefa chata para alma infantil; mas Adriel voltou segundos depois com seu terço na mão para rezar conosco.

Eu guardo esses dois momentos com tanta ternura, eu me emociono ao lembrar.

Adriel, meu pequeno grande homem, que saudade tenho de ti, que orgulho imenso sinto ao ver- te tão bem, tão maduro e tão bom caráter.

Obrigada por tudo e que você leve para sua profissão essa integridade e sensibilidade com o próximo.

Beijo imenso da sua eterna fã, 

Pró Ana.

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