Passei por uma crise de consciência daquelas!
Eu, pesquisadora nata, com pós- graduação em Religiões, especialização
em turismo religioso, mais especificamente católico, conhecedora das
religiões protestantes, do hinduísmo e completamente do espiritismo,
baiana de nascença e totalmente alheia às religiões afros do meu estado.
Uma vergonha. Isso não estava certo.
Como posso amar acarajé, dendê, batuque de tambor, achar linda a
capoeira e quando chegava na religião que eu nem conhecia, só de ouvir
falar ( e povo fala o que bem quer) afirmava: Esse espaço respeito, mas
não é a minha.
De fato, não criticava quem o frequentasse,
afinal, todos meus grandes ídolos eram assíduos: Caetano, Gil, Mariene,
Bethânia, Gal, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Caymmi, Jorge Amado,
Zélia Gattai. E só pelo fato deles fazerem parte, isso me gerava certa
curiosidade.
O por quê do meu distanciamento, eu já sabia:
Ignorância. Agia como todas as pessoas que eu criticava por não saber
nada sobre a religião que eu professo fazer parte e que ficavam a dizer
um tanto de inverdades sobre ela.
Agia com preconceito, medo e total desconhecimento.
Falta de onde pesquisar nos tempos de hoje? Conversa fiada.
Eu tenho um monte de livros comprados por mim mesma sobre o candomblé.
Meu próprio orientador na minha pós graduação em docência em Turismo,
era um grande pesquisador com muitos livros sobre a religião afro (mesmo
sendo ele, um padre!). E tendo me especializado em religiões, tive que
explorar todas elas, especialmente as mais antigas.
Confesso,
que quando chegava às religiões africanas, eu lia o básico do básico,
como se ao ler qualquer coisa, algo de muito ruim fosse me apoderar.
Claro que esse comportamento era fruto de muitos anos de associação do candomblé à coisas do demônio.
Mas antes de achar que era, eu tinha que saber.
Quando uma amiga contou- me seu sonho com orixás e pediu- me para
decifrá-lo, eu disse: ¨Lamento, não sei nada sobre esse assunto¨. E isso
me gerou um incômodo e dias de reflexões.
Separei todos os
meus livros, mas antes comecei por uma série de vídeos com a que ocupa o
assento 33 e tornou- se uma das ¨imortais¨ na Academia de Letras da
Bahia: Mãe Stella de Oxóssi.
Tendo eu um livro sobre ela,
comprado em 2004, data de formatura da minha primeira graduação, venci
todos os meus receios e devorei o livro em dois dias! Está aqui um livro
antes limpo, agora cheio de rabiscos, recados, lembretes, frases e
considerações.
Agora eu, Ana Alcina, cheia de posses de
informações sobre Mãe Stella e religiões afro, posso verdadeiramente
dizer, entendo um tantinho do candomblé, que agora tem todo o meu
respeito e admiração.
Abaixo à ignorância, nos seus mínimos detalhes.
E minha pesquisa continua...
E esse livro: Indico!
Paz e Bem!
Iridologista Ana Alcina Lôbo
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