quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dia 561- Mãe Stella de Oxóssi

Passei por uma crise de consciência daquelas!

Eu, pesquisadora nata, com pós- graduação em Religiões, especialização em turismo religioso, mais especificamente católico, conhecedora das religiões protestantes, do hinduísmo e completamente do espiritismo, baiana de nascença e totalmente alheia às religiões afros do meu estado.

Uma vergonha. Isso não estava certo.

Como posso amar acarajé, dendê, batuque de tambor, achar linda a capoeira e quando chegava na religião que eu nem conhecia, só de ouvir falar ( e povo fala o que bem quer) afirmava: Esse espaço respeito, mas não é a minha.

De fato, não criticava quem o frequentasse, afinal, todos meus grandes ídolos eram assíduos: Caetano, Gil, Mariene, Bethânia, Gal, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Caymmi, Jorge Amado, Zélia Gattai. E só pelo fato deles fazerem parte, isso me gerava certa curiosidade.

O por quê do meu distanciamento, eu já sabia: Ignorância. Agia como todas as pessoas que eu criticava por não saber nada sobre a religião que eu professo fazer parte e que ficavam a dizer um tanto de inverdades sobre ela.

Agia com preconceito, medo e total desconhecimento.

Falta de onde pesquisar nos tempos de hoje? Conversa fiada.

Eu tenho um monte de livros comprados por mim mesma sobre o candomblé.

Meu próprio orientador na minha pós graduação em docência em Turismo, era um grande pesquisador com muitos livros sobre a religião afro (mesmo sendo ele, um padre!). E tendo me especializado em religiões, tive que explorar todas elas, especialmente as mais antigas.

Confesso, que quando chegava às religiões africanas, eu lia o básico do básico, como se ao ler qualquer coisa, algo de muito ruim fosse me apoderar.

Claro que esse comportamento era fruto de muitos anos de associação do candomblé à coisas do demônio.

Mas antes de achar que era, eu tinha que saber.

Quando uma amiga contou- me seu sonho com orixás e pediu- me para decifrá-lo, eu disse: ¨Lamento, não sei nada sobre esse assunto¨. E isso me gerou um incômodo e dias de reflexões.

Separei todos os meus livros, mas antes comecei por uma série de vídeos com a que ocupa o assento 33 e tornou- se uma das ¨imortais¨ na Academia de Letras da Bahia: Mãe Stella de Oxóssi.

Tendo eu um livro sobre ela, comprado em 2004, data de formatura da minha primeira graduação, venci todos os meus receios e devorei o livro em dois dias! Está aqui um livro antes limpo, agora cheio de rabiscos, recados, lembretes, frases e considerações.

Agora eu, Ana Alcina, cheia de posses de informações sobre Mãe Stella e religiões afro, posso verdadeiramente dizer, entendo um tantinho do candomblé, que agora tem todo o meu respeito e admiração.

Abaixo à ignorância, nos seus mínimos detalhes.

E minha pesquisa continua...

E esse livro: Indico!

Paz e Bem!

Iridologista Ana Alcina Lôbo

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