Dia 824- Mês das mulheres

Nesse dia das mulheres, ora vejam, sou um clichê. Estou cá com panela no fogo a preparar o almoço de cada domingo, enquanto que lavo, passo e troco as roupas da máquina ao varal, quando de tempos em tempos verifico o molho italiano para que fique no ponto perfeito como promete o site de receitas da Toscana.

Sou um clichê de menina nascida no interior da Bahia e que embora criada na capital do estado, teve educação digna dos livros de Jane Austin, uma educação inglesa adaptada à mineira, com toda rigidez de modo a casar- se como pede o costume: Mulher de cama, sala, cozinha e mesa. Tinha que ser. E devo mesmo ter pedido lá no Alto para ser assim, pois eu adoro, o que se há de fazer? Cada um que leve a vida como quer.

Sou um clichê porque olham para mim e acham de muita sorte que eu tenha vindo para o Rio e que só assim se deu porque como dizem lá: “Casou- se muito bem”. Rá! Faz- me rir! Tem comentário mais antigo que esse? Um casamento associado à pura sorte da mulher. Foi sorte não. Foi amor. Foi encontro de almas afins já entregues uma à outra desde outros tempos em outros lugares. Foi puro merecimento. Mais dele ou mais de mim? Dos dois. Completamo- nos sem medo. 

Sou um clichê, pois sou aquela mulher que chora por qualquer notícia triste e alegres também; A que ama profundamente; A mulher frágil, delicada e a nordestina brava; A dona de casa completa; A empreendedora nos negócios.

Fui criada para ser um clichê, mas não é tudo que sou. Tem dias que sim, tem dias que não. Mas como defende Woodi Allen: “Algumas vezes, um clichê é a melhor forma de se explicar um ponto de vista”.

Feliz dia das mulheres clichês e não clichês! Especialmente à Ivone, Inês, Tais, Danusa, Luana, Fernandas, Sanndra, Eli, Elane, Thereza, Rita, Elizabeth, Jiriane, Mariana, Lis, Gabrielas, Day, Ju, Bia, Nathi... As mulheres guerreiras que mais admiro!

Muita Paz e Luz!

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