segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Dia 237- Mudança


Queridos familiares, amigos e leitores desse Blog,

Já faz um tempo que venho fazendo pequenas mudanças internas até chegar nesse externo. E como foi longo e adiado esse processo, porque dói DESAPEGAR- SE.

Faz tempo que deixei a casa dos meus pais (a ver, 3 an
os!), mas comportava- me como a caçula que ainda estava lá, ao ligar todo santo dia para falar com a minha mãe e com o meu pai dando detalhes do meu dia, com a desculpa de ¨é para eles não sentirem minha falta¨ ou seria eu a sentir saudade deles ?

Sofria pelas amizades tão longamente cultivadas tenha desaparecido sem explicações e que um ente familiar tão próximo (o irmão mais velho) tenha desencarnado; Sofria como se a vida não encerrasse capítulos e como se a separação material e física não existisse.

Sofria com a distância física dos meus irmãos e sobrinhos(especialmente da minha irmã Inês e dos filhos dela- Neto e Sabrina, pois quase nunca nos separávamos), esquecendo- me que com o casamento formamos nova família.

Tinha crescido, casado, queria ser independente e livre, mas continuava a dar satisfações aos meus pais e irmãos; Queria ser livre e independente, mas continuava a preocupar- me com as OPINIÕES ALHEIAS de familiares e amigos; Queria ser independente e livre e estava ainda a satisfazer as VONTADES ALHEIAS.

Queria seguir a profissão dos sonhos, mas estava apegada ao fato de não utilizar de todos os aprendizados das formações, graduações e pós – graduações anteriores e do tempo que disponibilizei para eles, mas que de nada me serviam para a nova profissão.

Queria ser madura, mas continuava a guardar rancores da mãe biológica; Queria ser espiritualizada, mas continuava a guardar mágoas dos que me ofenderam; Queria sonhar acordada, mas nutria os pesadelos e lembranças de momentos trágicos que me fizeram mal; Queria ser desapegada às coisas materiais, mas continuava a manter em casa roupas e sapatos de saltos (muitos deles) em lugar que não faço mais uso deles, pois moro em lugar que se vai a pé para tudo e sapatos de salto em longas distâncias doem à beça os pés.

Percebi que já tinha entrado na casa dos 30 e não era mais a adolescente de quinze anos de outrora e que se eu insistisse em permanecer nesse tempo, irei perder as etapas das novas coisas que só as novas idades preservam. Era preciso deixar o passado e os momentos da vida que se acabaram. Meu quarto de solteira não será ocupado mais por mim e nem por ninguém mais, minha mãe desfez- se dele; Meu irmão que morreu, não poderá voltar mais e nosso encontro só poderá ser feito agora em outro plano, no dia que Deus quiser; Meus amigos não são mais os mesmos, eles agora também cuidam das suas próprias vidas e mesmo que continuemos amigos, não podemos mais nos encontrar todos os dias na escola ou no play do edifício.

O fato é que perdi muito tempo buscando explicações para muitas coisas e um dia seria preciso virar a folha, pois não é possível viver ao mesmo tempo no passado e no presente. Não posso ser eternamente a menina da d. Ivone e do seu Waldemir. Não posso ser a eterna adolescente rancorosa com a mãe Dalci. Não posso passar uma tarde revivendo momentos com meu irmão e sofrer de saudade, porque ele não pode mais voltar. Decepções e mágoas passam e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Foi preciso abrir espaços nas gavetas, nos armários e no coração, para novos sapatos, novas roupas e novos sentimentos. Cansei de ligar a televisão emocional e assistir aos mesmos programas.

AMIGOS E FAMILIARES, encerrei ciclos, cortei o cordão umbilical e cortei o cabelo, deixei velhos hábitos, medos e atitudes para trás, não por orgulho, mas porque não se encaixavam mais com a nova Ana. E quando fiz isso, encontrei novos amigos, conheci novos irmãos e estou realmente satisfeita com meu novo trabalho onde posso fazer algo de realmente útil por outras pessoas. Finalmente estou entregue ao casamento, ao meu novo parceiro diário na caminhada da vida (que não são mais meus pais e irmãos e sim, Beto!) e finalmente deixei de ser quem eu era, para ser o que eu sempre quis ser. E nunca fui tão feliz como agora.

Esse é definitivamente a postagem que mais me expus aqui!

Beijos sinceros,

Anna

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